4 de jan. de 2010

A próxima parada do metrô

A próxima parada do metrô

Na nova geração de trens que chega a São Paulo, entram as câmeras Wi-Fi e saem os condutores.

Não fique com medo de embarcar caso chegue à plataforma de uma das estações do metrô de São Paulo e veja um trem sem condutor. Os novos vagões da linha amarela, com inauguração prevista para o ano que vem, dispensam o profissional a bordo. Esse é apenas um detalhe curioso de uma lista de recursos tecnológicos que está sendo adotada para transportar os paulistas com mais eficiência. Escadas rolantes com sensores de presença, câmeras de vídeo que enviam imagens para a central por Wi-Fi, comunicação com o passageiro por VoIP e freios inteligentes são outras novidades que estão chegando aos trens e às estações.

“O metrô está passando por uma modernização que não é só cosmética”, diz o professor Ivan Eduardo Chabu, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, a Poli-USP. Diariamente, cerca de 3,3 milhões de passageiros circulam pelo metrô de São Paulo, que conta com 55 estações e quatro linhas que totalizam 61,3 quilômetros. Segundo o professor, apesar das críticas em relação à extensão da rede — o metrô do México tem uma malha três vezes mais extensa —, o paulista está entre os mais modernos do mundo.

Desde a inauguração do metrô de São Paulo, em 1974, os trens são capazes de fazer o trajeto sem condutor. Mas o funcionário não fica na cabine de enfeite. “Se o trem pifar, o condutor entra em ação”, explica José Martins Secall, gestor de operações e manutenção da concessionária ViaQuatro, que vai operar a linha amarela. Todos os trens dessa linha poderão ser controlados do Centro de Controle de Operações (CCO), que fica no bairro Vila Sônia. “Será como nos elevadores, que não precisam mais de ascensoristas.”

O metrô de São Paulo já encomendou 47 novos trens: dez para a linha verme vermelha, sete para a azul, 16 para a linha verde — seis deles em atividade — e 14 para a amarela, todos com recursos inovadores. Mais precisos no ponto de parada, eles permitem a instalação de portas de vidro que separam a plataforma dos trilhos. “É para evitar que aconteçam suicídios e quedas de objetos na via”, diz Secall. Elas serão instaladas em toda a linha amarela e em 18 estações das linhas verde, vermelha e azul.

Com ar-condicionado, os novos trens não precisam de muitas frestas para entrada de ar. “Não é só uma questão de conforto térmico, mas de acústica. Os trens convencionais são mais barulhentos por causa das aberturas das janelas”, explica o professor Chabu, da Poli-USP.

Outra novidade são as escadas rolantes inteligentes, que já estão sendo instaladas nas linhas verde e amarela. Elas têm sensores infravermelho que detectam a presença de pessoas. Quando não há ninguém passando, a escada fica mais lenta, o que ajuda a economizar energia elétrica.

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